Capítulo Quarenta e Quatro – Creche
Três anos depois...
Eu: LARGUE
ISSO, EL! AGORA! – berrei, quando a
pequena menina de três anos pegou o abajur da sala e ameaçou jogá-lo no chão.
A pequena garota de cabelos
castanho-claro e ondulados me fitou, com os seus olhos levemente azulados.
Levava no rosto um sorriso debochado.
Eu: DÁ PRA ME
AJUDAR AQUI, HARRY? – berrei impaciente. Segundos depois, Harry apareceu na
escada, com a camisa social desabotoada.
Harry: Qual é o
problema? – ele perguntou, descendo os degraus lentamente, com os pés
descalços.
Eu: A sua filha não quer comer para ir pra
creche – expliquei, observando Eleanor colocar o abajur no lugar.
Harry: Ah! Agora
ela é minha filha, né? – ele disse,
indignado. Em seguida, aproximou-se da filha e apegou no colo, sentando-se no
sofá. – Agora diz pro papai, El... Por que não quer comer?
Eleanor: Não quero
ir pra creche... – ela respondeu, com a sua voz fina e doce.
Eu: Mas tem
que ir, El! – argumentei impaciente. – Senão o papão não vai poder ir cantar e
a mamãe não vai poder fazer as roupas. Além do mais, se você não for para a
creche, não vai poder ver o titio Louis e o Teddy!
Eleanor: Mas não
quero ir! – ela exclamou, cruzando os seus bracinhos curtos, emburrada.
Respirei fundo e olhei para Harry.
Eu: Não quero
ter que partir para a violência doméstica... – avisei ameaçadoramente. Harry
fez uma careta.
Harry: Olha só,
filha... Se você for pra creche, o papai promete que traz um montão de doces
quando voltar – ele disse, sorrindo, voltando o seu olhar para Eleanor.
Eleanor: Promete
mesmo? – ela perguntou, abrindo um largo sorrido. Harry assentiu.
Eu: Agora
sobe para se vestir... – disse, enquanto Eleanor descia do colo do pai e subia,
somente de fraldas, as escadas.
Em seguida, olhei para Harry, cruzando
os meus braços.
Harry: Que é? –
ele perguntou, notando o meu olhar de reprovação.
Eu: Isso é
culpa sua – respondi.
Harry: Ah, dá um
tempo… - ele resmungou, começando a fechar os botões da camisa.
Eu: Mas é
verdade! Você é mima demais! Nunca diz “não” para ela. O pior é que ela vai se
acostumar com as câmeras, e vai ser aí
que o inferno começa! – retorqui, enquanto Harry sorria. – E não é para sorrir!
Harry: Posso
fazer o quê, se você fica linda quando está furiosa?
– ele se levantou, se aproximando.
Eu: Nem
vem... Não sou a Eleanor – retorqui, enquanto Harry colocava as suas mãos na
minha cintura e colava o seu corpo no meu.
Harry: Claro que
não... – ele sussurrou, roçando a ponta do seu nariz pela curva do meu pescoço.
– Você é mais fácil de chantagear ou subornar. Basta te seduzir! – ele me
fitou, sorrindo pelo canto dos lábios.
Dei uma risada irônica.
Eu: Bela
tentativa, bonitão...
Eleanor: Eca! – ouvimos a garota exclamar. Nos viramos e
fitamos a criança, que nos observava do pé da escada. Eleanor usava um
vestidinho rosa claro com um bolero rosa choque por cima.
Harry: “Eca”
nada! Você acha que nasceu de que forma? – ele perguntou, enquanto eu ria alto.
– Agora venha cá para calçar as sandálias, que a mamãe vai te levar para a
creche...
Eu: E eu vou
tomar um banho rápido... – avisei, passando por Eleanor (que corria
desajeitadamente até Harry) e subi as escadas.
Tomei um banho rápido, me vesti e desci
para a sala, onde Harry segurava Eleanor no colo.
Harry: Faça o
que combinamos ok? Não vou poder busca-la por conta do show e dos ensaios
fotográficos... – ele explicou, pela vigésima vez.
Eu: Tá, tá,
tá... – repliquei, enquanto Harry colocava Eleanor no chão; a mesma me deu a
mão. Harry sorriu, abrindo a porta de entrada para que saíssemos. – Não! Fique aí onde está! – exclamei, quando
Harry fez menção de sair também. – Não quero que saia de pés descalços e com a
camisa abotoada só até a metade.
Harry: Pelo amor
de Deus, meu amor... – ele me fitou, divertido. – Eu apenas ia colocar a El na
cadeirinha...
Eu: Eu coloco
– retorqui, enquanto ele ria. – Vamos, El? – perguntei, desviando o meu olhar
para Eleanor. A menina assentiu com a cabeça. – Então dá tchau para o papai...
Harry agachou-se e, imediatamente,
Eleanor soltou a minha mão e correu para abraça-lo. O moreno sorriu e, em
seguida, soltou a filha.
Harry: Vê se se comporta
princesa... – ele disse, enquanto Eleanor assentia com a cabeça. Harry pôs-se
em pé e me fitou. – Você também tem que me dar tchau, Katy.
Eu: Pare de
ser bobo... – disse, me aproximando e dando um breve beijo no moreno.
Harry: Não sou
bobo... – ele sorriu pelo canto dos lábios.
Eu: Só nas
horas vagas, né? – perguntei, indo até o meu carro e abrindo a porta de trás.
Em seguida, peguei Eleanor no colo e a sentei na cadeirinha, que se localizava
no meio do banco. Enquanto prendia o cinto da cadeirinha, senti Harry me
abraçar por trás, fazendo Eleanor sorrir. – Puta que pariu, Styles...
Harry: Não fale
palavrões na frente da El! – ele exclamou, fingindo espanto, enquanto eu me
virava e o encarava.
Eu: Esta
criança sabe o abecedário dos palavrões graças a você, Harry Styles – retorqui com convicção.
Harry: Não tenho
culpa se ela sempre está por perto quando eu bato com o dedinho do pé na quina
dos móveis... – ele replicou, me fazendo rir.
Eu: Ok… Agora
deixe a gente ir...
Harry: À vontade... – ele me soltou e roubou um
selinho. Eu ri e, em seguida, entrei no carro prateado e dei a partida.
Tamborilei os dedos no volante, esperando o sinal
abrir. O dia fora extremamente cansativo e estressante e eu estava dez minutos
atrasada para buscar Eleanor na creche, por conta de um engarrafamento
quilométrico que tive de enfrentar quinze minutos antes.
Passei a mão direita nos meus cabelos,
buzinando repetidamente, como se o sinal fosse abrir magicamente. Eu estava a
uma quadra da creche e, quando já estava pensando em sair do carro e seguir a
pé, o sinal abriu.
Acelerei ao máximo que a estrada
permitia e, dois minutos depois, estava estacionando o carro em frente ao
prédio colorido. Saí do veículo às pressas e entrei na creche. Rumei para a
salinha de aula de Eleanor – havia somente a professora, Srta. Carly, lá.
Eu: Onde
Eleanor está? – perguntei intrigada e ofegante.
Srta. Carly: Um homem a levou fazem uns dez minutos – ela respondeu, sem entender.
Eu: Que
homem? O pai dela? – perguntei, questionando-me o porquê de Harry ter ido
buscar Eleanor na creche.
Srta. Carly: Sabemos quem é o pai dela, mas não era ele... – ela respondeu, enquanto
juntava os lápis de cor do chão. – Disse que era tio dela e que você pediu para
ele vir busca-la.
Eu: Tio? Eu não
pedi... – me calei momentaneamente, sentindo o meu coração acelerar. – Como ele
era?
Antes que ela pudesse responder, o meu celular
começou a tocar, no meu bolso. O peguei: era um número desconhecido. Atendi
mesmo assim.
~Ligação ON~
Eu: Alô...?
XxXx: Estamos
com a sua preciosa filha... – era uma voz que eu nunca ouvira na minha vida.
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