Capítulo Quarenta e Três – Beto, mamãe e papai
O meu coração deu um salto.
Eu: Beto? –
perguntei, esperançosa. Em seguida, os meus olhos foram destampados. Me virei,
quase que momentaneamente, e fitei o homem de cabelos pretos e alargador nas
duas orelhas.
Beto: Acertou –
ele sorriu pelo canto dos lábios, enquanto dava a volta pelo sofá e se agachava
na minha frente. O moreno trazia em suas mãos uma rosa azul. – Feliz
aniversário e... Parabéns pela pequena. Ela é a sua cara – ele sorriu, fitando
Eleanor, que continuava adormecida nos meus braços. – E isto... É para você –
ele sorriu e olhou para a rosa em sua mão. – Mas, como está com as mãos
ocupadas, vou deixar aqui... – ele colocou a rosa em um vaso que se encontrava
em cima da mesinha de centro. – Posso segurá-la? – ele perguntou, fitando
Eleanor.
Eu: Claro...
– respondi, sorrindo, colocando Eleanor nos braços de Beto, que se levantou
cautelosamente, balançando Eleanor com calma e lentidão.
Sorri para Beto e fitei Harry, que
observava a tudo, calado. O moreno levava no rosto uma expressão que misturava
ciúmes e tranquilidade.
Manu: Então,
gente... Vamos deixar Beto, Katy e Harry conversando, enquanto preparamos tudo?
– ela perguntou, tentando dispersar toda a tensão que se acumulara no ar. Todos
concordaram.
Louis: Vou
deixar Teddy dormindo no berço da El, ok? – ele perguntou. Harry e eu
assentimos, e Louis levantou-se do sofá e subiu as escadas, enquanto o resto ia
para a cozinha. Em seguida, desceu.
(Harry e eu havíamos decidido que eu
iria me mudar para a sua casa e deixaríamos a minha para Louis, que poderia ir
pedir a nossa ajuda sempre que precisasse. O berço de Eleanor ficaria
temporariamente no quarto de Harry, enquanto o mesmo e eu comprávamos as
últimas coisinhas para o quarto da criança, que ficara no antigo quarto de
hóspedes, e que fora devidamente reformado).
Beto: Me
desculpe se não pude vir antes... Estava tudo uma loucura lá no Brasil – ele quebrou
o incômodo silêncio de cinco minutos e me fitou. – Tive de explicar para a
Júlia tudo o que estava acontecendo e queria fazer uma surpresa no seu
aniversário...
Eu: Júlia...?
– perguntei, temendo a resposta que viria a seguir.
Beto: Minha
namorada – ele respondeu ainda me fitando. Não pude deixar de sentir um aperto
no peito, o que era desnecessário.
Eu: Ah...
Eu... Eu não sabia que você estava namorando... – repliquei, desviando o meu
olhar para Harry, que não estava entendendo nenhuma palavra que nós dizíamos. –
Se não se importar, acho que temos de falar em inglês – disse para Beto, já em
inglês. Ele assentiu.
Harry: Bem
melhor... – ele disse, sorrindo pelo canto dos lábios.
Beto: Eu não me
canso em dizer que ela se parece com você... – ele disse, sorrindo para
mim. – Qual o nome dela?
Eu: Eleanor...
Em homenagem... Sabe... – respondi, enquanto Harry se sentava ao meu lado,
pousando a sua mão esquerda na minha perna.
Beto: Ah, eu
soube... Como ele reagiu, depois que tudo passou? – ele perguntou, olhando para
Eleanor.
Harry: Ele se
mudou para a casa da Catarina, para que nós pudéssemos ajuda-lo a qualquer
momento – ele respondeu, em um tom seco. – E ela veio morar comigo...
Respirei fundo, sinalizando a minha
reprovação pelo comentário feito por Harry.
Beto: E como
ficaram as coisas por aqui? Digo, depois que eu fui embora... – ele perguntou,
ignorando a resposta que Harry dera segundos antes.
Harry: Dois
meses depois de você ter ido, Catarina e eu nos reconciliamos; três meses
depois da reconciliação, Ted nasceu e Els se foi... – ele parou de falar,
notando a minha expressão reprovativa.
Eu: E,
agora... A pequena Eleanor nasceu, e estamos aqui... – completei.
Beto: E a sua faculdade?
– ele me fitou.
Eu: Continuei
até o sétimo mês de gestação. Depois fiquei em repouso e voltarei quando o
repouso terminar – respondi, também o fitando.
Beto: Aí você
se formará... – ele comentou. Assenti com a cabeça, sorrindo pelo canto dos lábios.
– Bom, vou devolvê-la para vocês... – ele sorriu, curvando-se para colocar,
cautelosamente, Eleanor nos meus braços.
Eu: Vou
coloca-la no berço... – avisei, levantando-me do sofá.
Harry: Eu vou
com você – ele disse, levantando-se em seguida.
Eu: Beto...
Se quiser, pode ir conversar com os outros enquanto colocamos Eleanor lá em
cima – disse, observando Beto, que assentiu com a cabeça.
Eu sorri e fui em direção à escada,
acompanhada de Harry. O moreno me ajudou a subir os degraus e, ao entrarmos em seu
quarto, fechou a porta.
Harry: Não gosto
da forma com que ele olha para você – ele disse, aborrecido, enquanto eu
colocava Eleanor no berço, ao lado de Teddy, com todo o cuidado do mundo.
Eu: Não
começa… - comentei, olhando para as mesinhas de cabeceira. – Viu onde coloquei
a babá-eletrônica? – perguntei, notando a falta do aparelhinho que mais parecia um
radinho.
Harry: Louis
deve ter levado lá para baixo, pra ficar de “olho” em Ted – ele respondeu,
cruzando os braços em frente ao peito. – E não venha com “não começa”. Ele tá
te olhando muito...
Me sentei na beira da cama e fitei
Harry.
Eu: Ele está namorando, Harry – repliquei, aborrecida.
Harry: Isso não
impede que ele te olhe… - ele erguei uma sobrancelha. – Quando eu estava
namorando a Claire, eu não parava de te olhar.
Eu: Isso é
completamente diferente… - retorqui, fitando Harry com um olhar de censura.
Harry: Não é, Katy! Ele é o seu ex, eu era o seu ex... Entenda o
meu ponto de vista! – ele exclamou.
Eu: Eu estou
quase te mandando ir tomar em um lugar bem desagradável, Harry... – disse,
observando Harry se aproximar de mim e rir. O moreno apoiou as suas mãos na
cama, uma em cada lado do meu corpo, e me encarou, com o corpo inclinado para
frente. – Entenda, Styles: eu podia ter me casado com Beto, há sete meses. Mas
não me casei. Optei por ficar com você... Mesmo que tentando resistir... – e
olhei para seus lábios levemente rosados e tentadores.
Harry: O que não
deu muito certo, não é? – ele sorriu pelo canto dos lábios, me fitando.
Eu: Então se
é a segunda vez que eu estou com você, é porque eu não desisti da gente. Eu
te amo, bosta – sussurrei perto da boca de Harry. O mesmo sorriu, sem mostrar
os dentes.
Harry: Certo...
Você me convenceu... – ele sussurrou e, lentamente, encostou seus lábios macios
nos meus, iniciando um beijo lento e carinhoso. Eu sorri entre o beijo,
pousando a mão direita nos cabelos cacheados do moreno, que mordeu o meu lábio
inferior, com desejo. Em seguida ele parou o beijo, subitamente, e foi
apressadamente até a sua mesinha de cabeceira. – Esqueci completamente... – ele
disse vagamente, revirando a gaveta da mesinha. Após encontrar o que estava
procurando, Harry se aproximou de mim, escondendo o objeto atrás de si. Em
seguida, o moreno ajoelhou-se à minha frente e, lentamente, tirou o objeto de
trás de si: era uma pequena caixa de veludo avermelhado, da qual ele abriu,
expondo um pequeno anel prateado com uma pedrinha de brilhante. – Talvez seja
tarde para pedir, mas... Quero que seja a minha Srta. Styles... Casa comigo,
Katy? – ele sorriu pelo canto dos lábios.
O meu coração estava batendo
aceleradamente, e não pude deixar de escapar um suspiro de alegria,
Eu: Claro...
Claro que eu caso, Styles – respondi, sorrindo. Harry abriu um largo sorriso e,
lentamente, tirou o anel da caixinha e o colocou no meu anelar da mão direita.
Harry: Quero que
você seja minha para sempre... Eu te amo – ele sorriu e me beijou brevemente.
Em seguida, alguém bateu na porta do quarto e entrou, sem esperar por uma
resposta: era Manu.
Manu: Tem
alguém aqui querendo te ver, Katy – ela sorriu, dando espaço para que alguém
entrasse.
Dudu e Andréia entraram no quarto. Me
levantei imediatamente, quando a minha mão se aproximara e me abraçara com
força, enquanto o meu pai cumprimentava Harry. Logo, os dois estavam parados na
beira do berço, observando Eleanor.
Mãe: Qual o
nome que escolheram para ela? – ela perguntou, sorridente, em um inglês
arranhado.
Harry e eu: Eleanor – respondemos, juntos.
Pai: É um belo
nome... – ele comentou, também em um inglês enferrujado.
Eu: Sim... –
concordei, também observando Eleanor, que continuava adormecida, absorta em
seus pequenos sonhos.
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