Capítulo Trinta e Nove – I’m sorry
Liam me lançou um olhar rápido e voltou a sua
atenção para a estrada.
Liam: Tem
certeza de que quer realmente fazer
isso? – ele perguntou, enquanto eu mantinha o meu olhar fixo na grande lua que
brilhava no céu quase preto.
Eu: Sim... –
respondi, reconhecendo a rua em que estávamos. Depois de tudo o que Harry
dissera, fiquei ligeiramente decidida em falar com Beto.
Liam estacionou o carro em frente à
minha casa. Meu estômago embrulhou, deixando mais fortes as contrações que eu
estava teimando eu ignorar.
Liam: Tudo
bem... Qualquer coisa... Estou aqui fora... – ele sorriu e beijou o lado
esquerdo do meu rosto. – Boa sorte e... Não se estresse.
Assenti com a cabeça, abrindo a porta
do carro e saindo do mesmo. Respirei fundo antes de entrar na casa e fechar a
porta.
Beto: Catarina,
é você? – ouvi a voz de Beto perguntar, da sala.
Instantes depois, o moreno apareceu na
entrada do corredor e me fitou, atordoado.
Eu: É, sou
eu... – respondi, quase sem voz. Meu vestido branco já não era mais branco; o
salto de um dos meus sapatos estava quebrado; a maquiagem dos meus olhos estava
extremamente borrada e o meu penteado já estava desfeito.
Beto: O que
aconteceu? – ele continuou me fitando, sem se aproximar. As olheiras embaixo de
seus olhos deixavam claro que o garoto chorara.
Eu: Eu... Eu
preciso conversar com você... – disse, ignorando a pergunta que Beto fizera.
Beto: Bom...
Fale... Até porque quero... Preciso...
De uma explicação... – ele disse, com a voz trêmula.
Eu: Eu sei
que você está chateado e, provavelmente, irá me odiar para sempre. Mas... Mas
antes de te dar uma explicação, acho que preciso
dizer que... – fiz uma breve pausa. – Beto, você é a pessoa mais fofa que eu
conheço... Todos os momentos que nós passamos juntos foram inesquecíveis, e...
Cara... Eu... Eu sinto muito... – olhei fixamente para Beto, respirando fundo. –
Eu tô grávida do Harry...
Beto me fitou pior alguns segundos,
tentando processar a notícia, visivelmente perturbado.
Beto: Isso não
pode estar acontecendo... – ele repetia diversas vezes. O moreno passou a mão
pelos cabelos pretos e lisos, olhando para o teto. – PUTA QUE PARIU! – ele berrou;
percebi que estava chorando.
Eu: Eu sinto
muito... – disse, em um fio de voz, temendo o que viria a seguir:
Beto: NÃO. NÃO
SENTE! – ele berrou, voltando a me olhar. – CARA, EU FIZ TUDO O QUE EU PODIA
POR VOCÊ! EU TENTEI SER O HOMEM PERFEITO PARA VOCÊ, CATARINA! EU TE AMEI,
TALVEZ ATÉ MAIS DO QUE EU DEVIA! O QUE EU FIZ DE ERRADO?
Eu: Nada!
Você foi perfeito! E acho que foi a sua perfeição que me incomodou... –
respondi, começando a chorar.
Beto: Me poupe,
Catarina... – ele disse, desdenhoso. – Mas não precisa se preocupar... Amanhã
eu já tô fora da sua casa e da sua vida...
Eu: Por
favor, não vá... – disse, suplicante. – Eu preciso daquela sua amizade... Por
favor, fique por ele... – e olhei para a minha barriga.
Liam: Falou com ele? – ele perguntou, quando eu entrei no carro. Assenti com a cabeça, colocando o cinto de segurança. – E o que ele disse? – ele me fitou.
Eu: Ele vai
ir embora de Londres amanhã e voltará quando a criança nascer... – respondi, aérea.
Liam: Então
isso quer dizer que está tudo bem?
Eu: É, acho
que sim... – respondi, fixando o meu olhar em Liam.
Liam: E para
onde vamos, agora? – ele sorriu pelo canto dos lábios.
Eu: Para o
mais longe possível daqui... – respondi, lembrando-me de quando Beto me
abraçara e dissera que voltaria quando a criança nascesse. Era tão linda a
capacidade que ele tinha de perdoar...
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