Capítulo Trinta e Sete – Dear Mary
Eu: Liam... –
murmurei, enquanto caminhávamos a procura de outra saída da floresta que não
desse de frente para a igreja.
Liam: Hum? –
ele perguntou, arregaçando as mangas da camisa social: seu terno estava sendo
usado por mim como casaco.
Eu: Você não
vai me levar para casa, né?
Liam: É a
quinta vez que você me pergunta isso – ele retorquiu, sorrindo.
Eu: É que eu
tô morrendo de medo de voltar lá e encontrar o Beto... Eu não estou preparada
para contar tudo para ele... – expliquei, desesperada.
Liam: Um dia
você vai ter que contar... – ele disse, com convicção, enquanto me ajudava a
subir as escadas que dava para a igreja. – E não se preocupe... – ele
apressou-se em dizer, quando abri a boca para perguntar o porquê de estarmos
indo para a igreja. – Não vou te levar para a igreja, nem para a sua casa. É
que o meu carro está ali – ele apontou para o terreno que ficava em frente à
igreja, onde um carro preto estava estacionado. Já estava escurecendo e só
haviam os padres na igreja.
Liam me levou até o carro, abriu a
porta com a chave e esperou que eu entrasse. Assim o fiz.
Liam: Nós
agradeceríamos se não comentassem com o noivo dela que estivemos aqui... Ela
está passando por um momento difícil! – ele exclamou, enquanto dava a volta
pelo carro. Os padres sorriram bondosamente e assentiram. Liam sorriu e entrou
no carro. Colocamos o cinto de segurança e Liam deu a partida.
Após passar meia hora dirigindo, Liam
estacionou o carro em frente a uma grande casa branca.
Liam: Como
prometido, não levarei você para a sua casa... – ele disse, enquanto saíamos do
carro. – Você ficará aqui na minha casa até quando achar que é necessário – e
acionou o alarme do carro.
Em seguida, Liam pegou as chaves da
casa e abriu a porta, deixando que eu entrasse primeiro. A porta de entrada
dava para uma grande e confortável sala. Liam entrou, fechou a porta e disse
para eu me sentar. Me sentei no grande sofá aveludado.
Eu: Por que
você vive lá na casa do Harry, se tem uma casa dessas? – perguntei, observando
Liam sentar-se ao meu lado.
Liam: Não gosto
de ficar sozinho por aqui... – ele respirou fundo e apontou para um
porta-retratos que estava situado em cima da lareira. – Tá vendo aquela foto? –
ele perguntou. Assenti, observando a foto em que Liam estava sorrindo ao lado
de uma garota de cabelos pretos. – Ela se chamava Mary... Ela era o amor da
minha vida, sabe... Vivíamos felizes... Porém, um dia, eu cheguei em casa e
encontrei ela deitada na cama do nosso quarto... Eu a sacudi, pensando no pior,
querendo que ela estivesse apenas desmaiada. Mas, bem... Ela não estava... Ela
usava drogas, sabe... Mary morreu de overdose... – e, enfim, ele respirou
fundo.
Eu: Nossa...
– exclamei, perplexa. – Eu... Eu sinto muito... – gaguejei, puxando Liam para
um abraço.
Liam: Faz uns
três anos que ela se foi... Desde então, não consigo ficar sozinho por muito
tempo nessa casa... – ele continuou; pude sentir suas lágrimas molharem o terno
que me encobria. – Eu mantenho o quarto em que ela morreu fechado. Ainda guardo
todas as coisas dela. Brincos, sapatos, roupas... Tudo. E ela foi cremada e
jogada ao mar, e...
Eu: Chega,
Liam! – exclamei, segurando Liam pelos ombros, o encarando. – Pare de se
torturar! Quer saber? Não acho uma boa ideia ficarmos por aqui. Vamos para o
aparamento da Manu, ela já sabe de... – nesse momento, a campainha tocou.
Liam: Eu
atendo... – ele sorriu pelo canto dos lábios, levantando-se do sofá. Em
seguida, foi até a porta e a abriu.
XxXx: Onde a
Katy está? – ouvi uma voz conhecida perguntar, enquanto seus passos entravam na
casa.
________________________________________________________________
No próximo capítulo:
Eu: EU TÔ
GRÁVIDA! – berrei, chorosa.
Harry e Liam me fitaram, perplexos.
Harry: Grávida?...
– ele perguntou, trêmulo.
Eu: Sim… E a
criança é… A criança é sua filha… - respondi, começando a chorar
desesperadamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário