Capítulo Trinta e Oito – Desabafos
Me virei momentaneamente, fitando
Harry, que me observava.
Harry: Por que
fugiu? – ele perguntou, ofegante.
Liam: Harry,
não é o melhor momento… - ele começou, mas o interrompi:
Eu: Não me senti
preparada…
Harry: O teu
noivo tá muito mal. Nesse momento, ele está na sua casa, sendo consolado por
todo mundo. Catarina, você tem noção do que fez? – ele falava rapidamente.
Eu: EU TÔ
GRÁVIDA! – berrei, chorosa.
Harry e Liam me fitaram, perplexos.
Harry: Grávida?...
– ele perguntou, trêmulo.
Eu: Sim… E a
criança é… A criança é sua filha… - respondi, começando a chorar
desesperadamente.
Harry olhou de mim para Liam, que me
indicou com a cabeça. O moreno de cabelos cacheados se aproximou de mim, cautelosamente,
ajoelhando-se à minha frente.
Liam: Bem… Eu
vou esperar a Katy no meu carro… - ele disse, saindo da casa.
O silêncio tomou conta do local. Apenas
ouvia-se o som do meu choro. Eu olhava para as minhas mãos; não conseguia olhar
para o moreno que me fitava em silêncio, ajoelhado na minha frente.
De repente, senti a mão de Harry sobre
a minha barriga. Finalmente, levantei os meus olhos para o moreno, que mantinha
seu olhar confiante em mim.
Harry: Há quanto
tempo sabe que está grávida de mim? – ele perguntou, com a voz mais rouca que o
normal.
Eu: Dois
meses... – respondi em voz baixa, quase que num sussurro.
Harry me fitou por alguns segundos,
atordoado.
Harry: Por que
não me contou? – ele perguntou, enfim, recuperando-se do choque.
Eu: Porque eu
queria me casar com Beto, e eu sabia que ia dar um jeito de criar essa criança,
estando casada ou sozinha – respondi, em meio aos soluços.
Harry: Então por
que fugiu, Katy? – ele perguntou, com seus olhos azuis lacrimejando.
Eu: Porque eu
tô grávida! Já disse! – exclamei, esganiçada.
Harry: Mas você
acabou de dizer que sabia que ia dar um jeito de criar a criança estando casada
com ele! E queria se casar com ele! –
ele exclamou, me fitando fixamente.
Fiquei alguns segundos em silêncio,
perdida no azul dos olhos de Harry.
Eu: Eu... Eu
não sei mais em quê pensar... – disse, com a voz fraca,
Harry: E eu ia
ficar sem saber que o filho era meu? – ele me fitou, desapontado. – Você nunca
ia me contar?
Eu: Eu fiquei
com medo, tá legal? – retorqui, voltando a chorar desesperadamente.
Harry: Medo de
quê? – ele me fitava, irritadiço.
Eu: Da sua
reação, da reação de todos... – respondi, deixando o meu olhar cair sobre o
anel de ouro com a pedrinha de esmeralda.
Harry: Catarina,
escuta... – ele segurou as minhas mãos e me olhou nos olhos. – O que eu mais
quero neste mundo é ter um filho com você! – ele apertou as minhas mãos,
sorrindo pelo canto dos lábios. – E que se foda o resto... Eu passei noites
dizendo para mim mesmo que, se um dia você tivesse um filho com o Beto, eu
nunca me perdoaria. Mas, Katy... Eu quero essa criança, mesmo que você se case
com ele... Se tiver o seu sangue correndo nas veias dela... É tudo o que
importa... – ele falava rapidamente. – Claro que não será a mesma coisa que
acordar ao seu lado todas as manhãs, ou ter você cuidando dessa criança junto
comigo, mas... Mas eu quero que você entenda que... Que eu quero essa criança... – ele parou de falar, respirando fundo.
Fiquei calada por alguns instantes.
Estava atordoada com tudo o que havia escutado.
Eu: Eu... Eu
preciso processar tudo isso e... E conversar com o Beto... É... É isso... –
disse, num sussurro quase inaudível.
Harry: Tudo
bem... Só... Só não esqueça que eu estou ao seu lado e que... – ele respirou
fundo, deixando uma lágrima escapar de seus olhos. – Eu te amo... – e se
levantou.
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