Capítulo Trinta e Cinco – Um abraço diz tudo
Eu: Eu? Grávida? – perguntei, abafando o meu
espanto com a incredulidade.
Beto: Calma...
Não precisa se ofender – ele replicou, um tanto divertido com a situação. – É que
os sintomas que você tá tendo são de grávida... – ele se apressou em explicar. –
Mas eu sei que você não está... Foi só uma piadinha... – ele me fitou e riu da
minha expressão surpresa. Em seguida, beijou a ponta do meu nariz. – Já enviou
os convites para os seus amigos e parentes?
Eu: Que
convites?... Ah... – suspirei, enquanto Beto ria brevemente. – Já, sim... Pelo
menos os que estão no Brasil...
Beto: E os que
estão aqui?
Eu: Ainda não
tive a oportunidade de falar com todos eles... – respondi serenamente.
Beto: Que tal
um jantar, hoje à noite? Aproveitando que amanhã é sábado... – ele me observou
atentamente.
Eu: Ótimo... –
respondi, sem muita emoção.
Beto: Quer que
eu avise a quem? – ele perguntou. Parecia não ter notado a minha falta de
emoção.
Eu: Niall, Liam,
Louis, Zayn, Cassia, Peter, Manu, Bryan... – fiz uma pequena pausa, temendo em
dizer... – Harry...
Beto: Harry? - ele perguntou
incrédulo. – Por que quer chama-lo? Ah, não... Me recuso a falar com ele.
Eu: Então
deixa que eu falo com os garotos, enquanto você avisa Manu, Cassia, Bryan e Peter... – repliquei, um
tanto enjoada. – Preciso ir ao banheiro...!
Depois de tomar um longo banho quente e
me vestir, saí de casa e atravessei a rua para a conhecida casa da frente.
Apertei a campainha, repetidamente, observando a noite e a neve chegarem
juntas.
Eu: Posso
entrar? – perguntei, observando Harry abrir a porta e me fitar.
Harry: Claro… -
ele mexeu na touca preta que usava, desconcertado. Sorri pelo canto dos lábios
e entrei na casa, com as mãos no bolso do casaco. Harry fechou a porta e, em
seguida, virou-se para mim. – Bem... O que te trouxe até aqui?
Eu: Eu… Eu
queria convidar você e os garotos... – fiz uma pequena pausa e olhei em volta. –
Onde estão os garotos?
Harry: Se você
ainda não sabe, eles não moram aqui – ele respondeu, com a voz irritantemente suave.
Eu: Bem, queria
convidar você e os garotos para vir jantar lá em casa... Beto e eu queremos
falar algumas coisas com vocês... – repliquei, extremamente ofendida com a
resposta que Harry dera segundos antes.
Harry: Eles
ficarão felizes em ir... – ele respondeu, no mesmo tom suave.
Eu: Como assim,
eles? – perguntei, depois de alguns
segundos em silêncio. – Você não vai?
Harry: Eu apenas
quero que você entenda uma coisa... – ele respirou fundo, me fitando. – Eu...
Eu sei que este jantar é para vocês falarem sobre o casamento, e... E eu quero
que você entenda que... Que eu não posso ir neste casamento...
Eu: Por quê? –
perguntei, percebendo nos segundos seguintes de que era uma pergunta
completamente tola.
Harry: Por quê? Por quê? – ele repetiu a minha pergunta,
enquanto olhava para o teto, passando a mão na nuca. – Cara, eu vou ver a
mulher da minha vida num vestido branco se casando com outro homem! – ele respondeu,
voltando a me fitar. Me espantei ao ver algumas lágrimas rolando em seu rosto. –
Porra, Catarina!
Eu: Eu... Eu
lamento... – foi a única coisa que consegui dizer.
Harry: Não... –
ele retorquiu, atordoado. – Não lamenta... – e se aproximou de mim. – Eu lamento... Lamento em ter pensado em
abrir mão de tudo, só para te ter... Eu termino com a Claire para poder ficar
com você, se você quiser... – ele sussurrou, limpando suas lágrimas com a manga
da camiseta.
Eu: Não é tão
fácil assim... – respondi, sentindo o líquido quente e salgado rolar pelo meu
rosto.
Harry: Mas será!
Basta você querer! – ele exclamou,
me fitando.
Eu: Droga,
Styles! – exclamei, confusa. – Não quero brigar com você!
Harry me observou por alguns segundos,
enquanto chorávamos silenciosamente.
Harry: Então… Vá
em frente... – ele retorquiu, engolindo em seco. – Não vou mais atrapalhar...
Eu: Harry… -
sussurrei, com a voz rouca.
Harry: Se foi
apenas para isso que você veio aqui, já pode ir embora... – ele retorquiu,
secando suas lágrimas.
Eu: Harry… -
insisti, sentindo o meu coração apertar.
Harry: Vai logo,
garota… - ele apontou para a porta.
Fitei o moreno por alguns segundos,
antes de caminhar até a porta de entrada, Quando estava girando a maçaneta,
para abri-la, senti a mão quente de Harry segurar a minha mão livre e me puxar
para si. Em seguida, o moreno me abraçou fortemente, enquanto mexia nos meus
cabelos.
Ficamos ali, abraçados, enquanto o misto
de perfume e cheiro de roupa limpa de Harry entrava pelas minhas narinas. Não
falamos nada: o abraço já dizia por si só.
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