terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Love While We're Young (2ª temporada) – Capítulo Treze – O anel


Capítulo Treze – O anel



Harry e eu saímos da estreita rua e caminhamos até a rua da joalheria, onde o carro de Harry estava estacionado. Ele abriu a porta para mim. Entrei no carro. Harry fechou a porta e, em seguida, deu a volta pelo carro e entrou no mesmo.

Não falamos uma palavra até chegarmos na rua de nossas casas. Sem dizer nada, tirei o cinto de segurança e saí do carro.
Harry: Um “obrigado” seria legal. – ele disse, enquanto eu atravessava a rua.
Eu: Eu salvei a sua vida. Você é quem tem que agradecer. – retorqui, sarcástica.
Harry: Continua a mesma teimosa de sempre! – ele exclamou, fechando a porta do carro com força e se encostando no mesmo.
         Ignorei Harry e fui até a porta da minha casa.
Harry: Não tem ninguém aí e a sua amiga trancou a porta e levou a chave. – ele aviou, me olhando.
Eu: Putz… - comentei, me entando na calçada. – Onde vou dormir?
Harry: Pode escolher entre esquecer as diferenças e dormer na minha casa, ou dormer na calçada.
Eu: Prefiro a calçada. – respondi, irritada.
Harry: Você é quem sabe... – ele sorriu pelo canto dos lábios, desencostando-se do carro e entrando em sua casa, fechando a porta em seguida.
         Respirei fundo, sentindo os meus olhos lacrimejarem. O meu pescoço doía e sangrava devido ao corte que eu havia recebido, quando Jimmy afundou o canivete no local.
         E, além de estar machucada, fui roubada, pois o meu anel não estava comigo.

         Fiquei sentada na calçada por, mais ou menos, meia hora, quando um vento gélido tomou conta das ruas vazias. Me encolhi, segurando o meu casaco contra o meu corpo e, passados alguns segundos, me levantei.
         Atravessei a rua, rapidamente, e toquei a campainha da casa de Harry. O mesmo abriu a porta, depois de alguns segundos.
Harry: Achei que iria esquecer as diferenças... – ele comentou, sorrindo, enquanto eu entrava na casa. Em seguida, Harry fechou a porta e me olhou. – Você está pálida. – ele comentou, preocupado.
Eu: E você está todo fodido. – comentei, dando uma risada curta. – Sua boca está sangrando...
Harry: Não importa. – ele limpou o filete de sangue que escorria de sua boca com a manga da jaqueta. – Se quiser, tome banho primeiro.
Eu: Mas e você?
Harry: Me resolvo depois. Se não tomei até agora, por que me importaria? – ele respondeu. – Você sabe onde fica o banheiro, né? – ele sorriu pelo canto dos lábios, me olhando.  
Eu: Sei. – respondi, corando, indo para as escadas. Parei no pé das mesmas e olhei para Harry, que me observava. – Obrigada...
         Ele sorriu e assentiu com a cabeça.

         Tomei um rápido banho quente, me enrolei na toalha e me olhei no espelho por alguns segundos. Olhei para o corte no meu pescoço, quando, de repente, Harry abriu a porta do banheiro e entrou no mesmo. Trazia consigo uma grande camiseta.
Harry: Vista isto. – ele riu, quando segurei a toalha com força. Peguei a camiseta. Harry sorriu, pegou as minhas roupas, deu uma piscadela e saiu do banheiro.
         Vesti as minhas roupas íntimas, que eu levava na bolsa (por precaução) e a camiseta, que terminava na altura das minhas coxas.
         Saí do banheiro, levando comigo a toalha. Harry, que estava parado na frente do banheiro, sorriu, pegou a toalha das minhas mãos e entrou no banheiro, fechando a porta em seguida.
         Desci as escadas para a sala e peguei, na minha bolsa, o meu celular. Disquei o número da Manu e esperei ela atender.
~Ligação ON~
Manu: ONDE VOCÊ SE METEU? – ela berrou.
Eu: Depois falo. Quero é saber da minha chave.
Manu: Tá comigo. Te dou ela na universidade.
Eu: Tá, e como vou pra faculdade? Sem roupas e sem cadernos? – perguntei, irônica.
Manu: Eu sei que você tá na casa do Harry. – ela deu uma risada maliciosa.
Eu: E o que isso tem a ver com a chave? – perguntei, sem entender.
Manu: Para bom entendedor, meia palavra basta. – ela riu e desligou.
~Ligação OFF~
            Respirei fundo, irritada. Sentei no sofá e coloquei a mão no pescoço, em cima do corte. Sentia o machucado arder. Enterrei o meu rosto nas minhas mãos, chorosa, e fiquei ali por alguns minutos.
Harry: Está se sentindo melhor? – ouvi a sua voz dizer, atrás de mim.
Eu: Sim… - respondi, sem olhá-lo.
         Senti que Harry sentou-se ao meu lado. Sem seguida, senti a ponta de seus dedos tocando o meu queixo e, cuidadosamente, ele levantou o meu rosto.
Harry: Vamos cuidar desse machucado. – ele me olhava. Com a ponta do polegar esquerdo, ele limpou as minhas lágrimas.
         Harry levantou-se do sofá e me levou, consigo, para o quarto. Sentei na beira da cama, enquanto ele pegava a maleta de primeiros socorros.
Harry: Por que estava chorando? – ele agachou-se na minha frente e pingou o conhecido remédio na bola de algodão.
Eu: E ainda pergunta? – o olhei, enquanto ele colocava o algodão sobre o corte do meu pescoço.
Harry: Bom… Eu apanhei. Fui chutado no estômago infinitas vezes e por pouco que aquele cara não enfiou um canivete na minha cara. – ele ergueu uma sobrancelha. – E não estou chorando.
Eu: Você chorou no banho, que eu sei. – dei uma risada curta.
Harry: Nem chorei, ok? – ele sorriu pelo canto dos lábios, segurando o algodão.
Eu: Mas você tem cara de quem chora no banho. – ergui uma sobrancelha.
Harry: Isso não vem ao caso agora. – ele sorria, me olhando. – Então. Vai me responder o motivo do choro?
Eu: Eles pegaram o meu anel…
         Harry se levantou e foi até a mesa de cabeceira.
Harry: E se eu disser que eles não pegaram? – ele tirou da gaveta o anel de ouro com a pedrinha de esmeralda.

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