Love While We're Young (2ª temporada) – Capítulo Cinco – "Marry Me?" and "Goodbye"

Beto: Você vai o que? – ele se sentou e me olhou, intrigado.

Eu: Por favor, não me faça repetir... – disse, suplicante. – Você entendeu.

Beto: Catarina... – sua voz estava embargada. – Por favor...

Eu: Beto, meus pais me obrigaram. – respondi, tristonha.

Beto: Ok... – ele piscou algumas vezes seguidas, tentando entender. – Quando você vai?

Eu: Amanhã... – respondi, sentando-me, prevendo o que viria a seguir.

Beto: Puta que pariu... – ele passou a mão nos cabelos. – Caralho...

Eu: Beto...

Beto: Não fala mais nada, Catarina... – ele se levantou.

Eu: Beto, por favor... – supliquei, me levantando.

Beto: Por que não disse antes? - ele me olhou. Seus olhos estavam úmidos.

Eu: Você acha que eu escolhi voltar pra lá? – perguntei, sentindo os meus olhos lacrimejarem, com o tom mais elevado que o normal. – Acha que escolhi ter que te deixar aqui, Roberto?

Beto: Nem se preocupa... – ele pegou sua mochila e foi até a porta. – Tô de saída. E... Ah! – ele tirou do bolso da calça uma pequena caixa. – Isso é para você. – ele pousou, cuidadosamente, a caixa no chão e saiu, batendo a porta em seguida.

         Senti o meu peito doer. Fui até a caixinha, me agachei e a peguei, abrindo-a em seguida. Dentro da caixa havia um anel de ouro, com uma pequena esmeralda. Junto com o anel, havia um pequeno pedaço de papel. Peguei o papel e o abri, cuidadosamente.

         No papel diziam apenas as seguintes palavras: “Casa comigo?”. Duas simples palavras que me fizeram chorar descontroladamente.

         Subi para o meu quarto, levando a caixa comigo. Deitei na minha cama, chorando. Já esperava que Beto tivesse esta reação. Mas não imaginava um pedido de casamento desta maneira, e muito menos imaginava a resposta que daria, e nem se poderia dar uma resposta.

         Pousei, carinhosamente, a caixinha na mesa de cabeceira. Peguei o meu celular e tentei ligar para Beto umas cinco vezes seguidas. Tentativa sem sucesso, pois só dava na caixa postal.

         Desisti de ligar para ele e acabei dormindo com a roupa que estava no corpo.

         Acordei, na manhã seguinte, às sete horas. Minha cabeça estava latejando anormalmente e meu corpo doía. Levantei lentamente e fui até o banheiro. Tomei um longo banho de duas horas e me vesti.

         Voltei para o meu quarto e peguei as duas malas de rodinhas com roupas e a mala de alças com os meus objetos pessoais. Desci as escadas com uma certa dificuldade, sentindo o cheiro de café: meus pais já estavam em casa.

         Deixei as malas na sala e fui para a cozinha. Eu estava certa: meus pais estavam prontos, fazendo o café da manhã. Sentei-me à mesa. Meu pai me olhou.

Pai: Como foi ontem, com o Roberto?

Eu: Deu tudo errado, obrigada. – sorri, irônica. – Quero dizer, ele ficou louco e, antes de sair, deixou uma caixa com um anel e um bilhete dizendo “Casa comigo?”. Então, obrigada por estarem me impedindo de casar.

Mãe: Meu Deus... – ela estava perplexa. Meu pai me fitava, chocado.

Eu: Pois é! Mas deixa... Eu vou pra Londres. – disse, irônica.

         Tomei o café da manhã, acompanhada por meus pais. Enquanto os meus pais checavam o meu passaporte, eu subi para o banheiro, escovei os meus dentes, fui no meu quarto e peguei a pequena caixa que Beto me dera.

         Dei uma última olhada no cômodo e desci. Minha mãe estava na porta e meu pai acabara de colocar a última mala no carro. Andréia me olhou gentilmente, enquanto saíamos da casa e nos dirigíamos para o carro.

         Depois de uma hora, chegamos no aeroporto. Minha mãe me abraçou apertadamente e meu pai me entregou o passaporte e a passagem.

Pai: Boa sorte. – ele sorriu.

Mãe: Boa sorte, filha.

Eu: Obrigada. – sorri pelo canto dos lábios.

         Fui até o balcão, onde entreguei a passagem e carimbaram o passaporte. Depois de algum tempo, quando terminaram de passar a bagagem pelo detector, pude ir para o avião. Sentei-me no lugar que estava indicado no papel e respirei fundo, desejando que tudo desse certo e acabasse logo.