Eu: Eu entendi
direito? – os olhei.
Mãe: Filha, é só até
terminar a faculdade. – ela argumentou.
Eu: Eu não posso voltar para lá! – exclamei,
irritada. – Eu não quero voltar pra
lá!
Pai: Filha...
Eu: Não adianta! Não
volto e pronto! Não quero deixar o Beto aqui e vocês sabem muito bem o motivo
de eu não querer voltar pra lá. – me levantei.
Pai: Você vai e
pronto, Catarina! – ele exclamou. – Depois de amanhã.
Eu: Isso... Acabem
com a minha vida! – exclamei, pegando a minha bolsa. Subi as escadas e entrei
no meu quarto, batendo a porta em seguida.
Me
joguei na cama, sentindo as lágrimas virem. Não queria deixar Beto. Não queria
reencontrar Harry Styles, nem Thomas Clarkson. A única parte boa seria reencontrar
Manu.
Adormeci
chorando e pensando em como contar para Beto.
Acordei
na manhã de domingo com a cabeça latejando. Fui até o banheiro e me olhei no
espelho. Meus olhos estavam vermelhos e haviam olheiras embaixo dos mesmos.
Respirei
fundo, prendi os meus cabelos em um coque, me despi, liguei o chuveiro e entrei
no box. Deixei a água quente cais sobre as minhas costas tensas.
Depois
de alguns minutos deixando a água cair sobre mim, lavei os meus cabelos, me
ensaboei, me enxaguei, me sequei e me vesti com uma roupa adequada para o dia
quente.
Desci
para a cozinha, onde minha mãe fazia o café da manhã e meu pai lia o jornal de
domingo. Quando entrei no cômodo, os dois levantaram seus olhares para mim.
Mãe: Está mais calma, querida? – ela
perguntou, dócil, enquanto passava o café.
Eu: Uhum. – murmurei secamente,
sentando-me à mesa. Minha mãe deixou o café de lado e sentou-se à mesa, na minha
frente.
Mãe: Filha... – ela respirou fundo. –
Sei que você não quer voltar para Londres e que será difícil. Mas...
Eu: Se sabem, por que estão me
mandando de volta para lá? – a interrompi, irritada.
Mãe: Não me interrompa e ouça. – ela
disse, ríspida. Meu pais nos observava, calado. – Mas é para o seu próprio bem.
Sabemos que o seu sonho é tornar-se estilista, e você sabe que, infelizmente,
se consegue mais sucesso no exterior.
Eu: Mãe, eu sei o que quero ser. –
disse, irritada. – E sei que não conseguirei boas coisas por aqui. Mas
realmente não quero voltar para lá.
Pai: Então... – ele suspirou,
entrando na conversa. – Vamos ter que obriga-la a ir. Amanhã, às dez horas da
manhã, você já estará dentro de um avião para Londres.
Mãe: E ponto final! – ela disse,
antes que eu pudesse protestar.
Depois
do café da manhã, subi para o meu quarto. Peguei a antiga mala de sempre e a
coloquei em cima da cama. Peguei, sem pensar, um bolo de roupas e o enfiei, sem
dobrar, na mala. Peguei mais duas malas e, em uma, coloquei outro bolo de
roupas. Na outra, coloquei acessórios, minha maleta de maquiagem, cremes,
hidratantes, biquínis, e outros objetos de uso pessoal.
Após
alguns minutos, já com as malas prontas, me atirei na cama. Mal fecheis os meus
olhos e o meu celular tocou. Peguei o mesmo. Era Beto; atendi.
~Ligação ON~
Beto: Bom dia! – ele exclamou.
Eu: Bom dia! – exclamei, sorrindo.
Beto: Liguei só para avisar que lá
pelas sete horas eu chego aí.
Eu: Ok, meu amor.
Beto: Meu amor, você está bem? – ele perguntou,
preocupado.
Eu: Sim. – menti. – Por quê?
Beto: A sua voz está estranha...
Eu: Não se preocupa, meu amor. Estou
bem.
Beto: Então tá... Tenho que desligar,
princesa. Beijos, te amo.
Eu: Beijos, te amo. – e desligamos.
Dormi
até quatro horas da tarde. Acordei nervosa, lembrando que não havia comprado um
presente para Beto. Levantei-me, me espreguicei e, de pé descalço, desci para a
cozinha.
Fui até a geladeira,
onde tinha um bilhete colado na porta. A letra era da minha mãe, e nele dizia
que ela e meu pai foram visitar a minha tia Amanda, que morava na Barra da Tijuca,
e que iriam dormir por lá.
Sorri para mim, enquanto
pegava, da geladeira, a caixa de leite, ovos e fermento. No armário, peguei a
farinha, açúcar, chantili e chocolate em pó. Estava decidida: faria um bolo
para Beto.
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